06/05/2013

MOMENTOS "DOWN" (EM BAIXO)



É claro que tenho momentos "down", em que me sinto em baixo, triste e quase sem forças. O bom é que não passa disso mesmo...de momentos. Não sou capaz de andar um dia inteiro "down".

Sou inconstante, mas felizmente, raras são as vezes em que o negativo se sobrepõe ao positivo na minha vida.
Por isso mesmo é que me considero uma pessoa otimista e positiva.

Os meus momentos down, são aqueles em que, de repente me dá uma saudade enorme da família ou de algum amigo em especial; quando pego numa peça de roupa que gosto muito e está imprópria para usar, seja por se ter estragado, ou por já não caber dentro dela. Nesses momentos, fico verdadeiramente em baixo. Sinto-me triste, aborrecida e sem alento.

Sejam as saudades, ou outro motivo qualquer, a minha tristeza não dura muito tempo.

Não sei precisar bem ao certo, mas atrevo-me a dizer que não ultrapassa um par de horas, no máximo.

Como não gosto de fazer a mesma coisa por tempo prolongado, tenho a facilidade de me desfocar rapidamente.

Acredito que muita gente pense que isso não é normal, principalmente, tratando-se de sentimentos tão importantes, como sentir a falta da família e, que ainda por cima está longe. Talvez até haja quem pense que sou pobre de afetos.

Eu garanto que não sou! Garanto que sinto tudo como qualquer um de vocês!

A diferença, a meu ver, reside apenas no facto de não me deixar muito tempo parada e focada no que me faz sofrer e me faz sentir mal.

Mais: acho que tenho uma extraordinária capacidade de me desprender das coisas que mais amo e das quais mais sinto falta, exactamente para não sofrer.

Este assunto, levar-me-ia a escrever sobre ele sem parar, pois tenho muitas experiências de vida neste campo.

Concluo apenas dizendo que houve uma altura da minha vida em que aprendi que, para não me magoar, deveria desfocar-me sempre que possível do que mais me fizesse sofrer!

Aprendi que não podemos nem devemos agarrarmo-nos demasiado, em excesso, a uma pessoa, a um lugar ou mesmo a objectos.
Aprendi que há uma medida certa para se gostar e amar.

Passar dos limites, é correr sérios riscos de não se viver a própria vida desfrutando o seu sabor. É correr o risco de se ter muitas decepções e desilusões, que por consequência, levam muitas pessoas a sofrerem de depressões e que, muitas vezes, se arrastam para o resto da vida.
Esse risco eu não corro, pois fui-me precavendo a tempo de ser atingida.

Acho que me protegi com uma carapaça tipo de tartaruga e dificilmente entra mais do que aquilo que eu permito.
Por isso, nunca usei qualquer medicamento para dormir e nem nunca soube o que é sofrer de depressão, graças a Deus!

Nós, os positivos e otimistas ,temos um lema muito engraçado e no minimo curioso: Sempre que penso nisto, e penso muitas vezes, rio-me sozinha! Aí vai:

-Sempre que alguma coisa não dá certa, nós dizemos assim:
- Não deu certo porque já não tinha que dar. Com certeza que vai chegar algo bem melhor!; ah, paciência da próxima vez vai ser melhor... etc.

Há sempre uma desculpa original e extremamente positiva para explicar o porquê do que não deu certo.

Curioso, mas funciona mesmo assim. Rápido se vira a página e se segue em frente.

Falando de coisas mais sérias, partilho aqui com vocês como encarei a noticia da morte do meu pai.

A noticia chegou ás 4 da manhã. Nada o fazia prever, pois no dia anterior eu tinha falado com ele ao telefone e tudo estava bem. Tive as minhas horas de incredulidade e até de duvidar se não seria um pesadelo ainda a dormir.

Quando me apercebi que era um facto, e ainda nesse mesmo dia, comecei a arrumar a mala de viagem e parei a meio. Sentei-me na beira da minha cama e pensei: Mas afinal o que é que tu queres? Algum dia ias ter que passar por este tipo de situação. Com o teu pai, a tua mãe enfim com qualquer pessoa que ames. Já sabes que ninguém é eterno, já sabes que todos se vão. Pede a Deus que nunca te deixe ver partir uma filha, porque aí a tua vida iria mudar de uma forma que jamais o poderás imaginar! Tens que aceitar as perdas porque já sabes que é o que temos mais certo. Vê se mudas de atitude, se páras de chorar e vais dar força à tua família que te aguarda ansiosamente.

A partir desse momento, senti uma calma e paz interior inexplicável! É verdade que sempre que parava de falar, rezava e pedia a Deus para que acolhesse a alma do meu pai e o levasse para o Seu lado.

Quando cheguei junto dos meus familiares, tentei passar este meu estado de espírito para a minha mãe e minha irmã do meio, principalmente, mas cada um é como é e, infelizmente, nenhuma delas reagiu tão brandamente quanto eu.

Não quer dizer que, por eu ser e pensar assim desta forma, goste menos das pessoas, neste caso do meu pai. Apenas consigo ultrapassar a tristeza e sofrimento de uma forma menos prolongada e dolorosa.

Não adianta viver muito tempo em auto massacre, pois não poderemos mudar nada.
Espero e desejo que estas palavras sirvam para ajudar alguém que precise de as ler.

Essa é sem dúvida a minha maior intenção, quando as escrevo.
(M.J.L.)

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