11/04/2013

SAUDADE TEIMOSA



A saudade, pode ser muito cruel com quem a deixa entrar e instalar-se na sua vida. Principalmente se a deixarmos instalar-se!
Ultimamente, ela tem tentado forçar, não a entrada, porque a porta está sempre aberta, mas sim instalar-se à nossa volta.
Ela quando vem com esse objectivo, vem bem devagar e não é, de maneira nenhuma, minimamente educada.
Tanto eu como o meu marido, temos lutado bastante para a barrar e não a deixar passar os limites do plausível!
A internet é uma arma poderosa, que usamos diariamente contra ela. Sem dúvida que conseguimos colmatar muitas das nossas saudades através do facebook e skype.
No entanto, ela, (saudade) continua a insistir e também tem armas poderosas que não se coíbe de usar para nos massacrar e martirizar.

Estúpida e sempre alerta para não perder a sua batalha, ela (saudade) decidiu atacar com o que nós não podemos obter através dos meios de comunicação ao nosso alcance.
Um ataque "baixo" e extremamente "repulsivo"!
Tem-nos feito sentir a falta extrema do tato, dos cheiros e do calor humano das pessoas que amamos. Isso é algo, que, por muito que queiramos, não temos armas que possamos usar para nos defendermos.
Não há direito que ela nos trate desta forma!
Não devia ser assim...ou devia?

Será que, com este seu ataque, nos devemos sentir felizes e achar que gostamos mais das pessoas em questão?
Ou será que o grau do sentimento é o mesmo, sentindo ou não todas essas faltas quase em modo de desespero, de vez em quando?
Não sei bem como responder, mas sei dizer que, tanto no modo de satisfação de uma simples chamada com webcam pelo skype, como num assomo forte de falta do toque humano, o meu amor não é diferente.

Sei dizer que sinto necessidade dos toques, dos cheiros e de tudo o mais, mas também sei que a internet me acalma e me dá paz, nem que seja por uns dias.
Mas do que tenho a certeza absoluta, é que, sem toda a tecnologia atual, jamais me aguentaria tanto tempo sem ver e tocar as pessoas. Já o disse variadas e inúmeras vezes.

Tenho uma admiração e respeito colossais pelos antigos emigrantes. Por todos aqueles que deixaram tudo e todos para trás, para correrem atrás dos seus sonhos e se viram privados por todos os meios de se comunicarem, a não ser por cartas e telefonemas muito esporádicos.
Não quero sequer imaginar o quanto sofreram, pois ela (saudade) deve tê-los atacado impiedosamente!
Penso e falo muitas vezes sobre isso.

Entretanto, eu e meu marido vamos planeando a nossa tão ansiosa e desejada viagem para combatermos esta nossa inimiga que não nos deixa em paz! (M.J.L.

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